quinta-feira, 14 de julho de 2011

SERMÃO DE JONH WESLEY - SOBRE O NOVO NASCIMENTO

SERMÕES DE JOHN WESLEY
(1703 – 1791)
O NOVO NASCIMENTO
 “Importa-vos nascer outra vez”. (João 3.7)
1. SE QUAISQUER doutrinas, dentro do círculo do cristianismo, podem ser propriamente chamadas
“fundamentais”, estas serão, sem dúvida, duas: a doutrina da justificação e a do novo nascimento: a primeira relacionando-se com a grande obra que Deus faz por nós, perdoando nossos pecados; a última, referindo se à grande! Obra que Deus opera em nós, renovando-nos a natureza decaída. Quanto ao tempo, nenhuma delas tem a primazia: no momento em que somos justificados pela graça de Deus, pela redenção que há em Jesus, somos também “nascidos do Espírito”; mas, em urdem de pensamento, como é de uso expressar-se, a justificação precede ao novo nascimento. Primeiro, concebemos sua ira apartando-se de nós e depois seu Espírito operando em nossos corações.
2. Que importância enorme deve ter então, para todo filho do homem, o compreender profundamente essas doutrinas fundamentais! Partindo de uma perfeita compreensão disto, muitos homens excelentes têm escrito com abundância acerca da justificação, explanando cada ponto relativo a ela e abrindo as Escrituras que tratam do assunto. Muitos têm igualmente escrito sobre o novo nascimento, e alguns deles com bastante largueza; mas ainda não tão claramente como se poderia desejar, nem de modo tão profundo e acurado: apresentam uma obscura, confusa versão do novo nascimento, ou uma versão leve e superficial. Parece, portanto, haver necessidade de uma completa e ao mesmo tempo clara definição do novo nascimento; uma definição que nos habilite a dar satisfatória resposta a estas três perguntas:
Primeiro – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento? Segundo – Como podemos nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento? E, terceiro – Para que devemos nascer de novo? Para que fim isto é necessário? Estas questões, com a assistência de Deus, pretendo responder breve e claramente, e depois acrescentar umas poucas inferências que naturalmente ocorram.

I

1. Primeiro – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento?
Seu fundamento remonta tão longe e tão profundamente como à criação do mundo. Na descrição bíblica desse evento lemos: “E Deus”, o Deus Trino, “disse: façamos Q homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança”. Assim Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn 1.26,27) ; não meramente à sua imagem natural, um retrato de sua imortalidade; um ser espiritual, dotado de entendimento, liberdade de vontade e vários afetos; não meramente à sua imagem política, o governador deste mundo inferior, tendo “domínio sobre os peixes do mar e sobre toda a terra”; mas principalmente à sua imagem moral que, no dizer do apóstolo, é “justiça e verdadeira santidade” (Ef 4.24). Segundo essa imagem o homem foi feito. “Deus é amor”: conseqüentemente, o homem, ao ser criado, estava cheio de amor, que era o único móvel de todas as suas disposições, pensamentos, palavras e aros. Deus é cheio de justiça, misericórdia e verdade: assim era o homem ao sair das mãos de seu Criador. Deus é imaculada pureza: e assim era o homem no começo, puro de toda mancha pecaminosa; de outro modo Deus não oteria achado, assim como a todas as demais obras de suas mãos, “muito bom” (Gn 1.31). Bom
não podia o homem ter sido, se não fosse limpo de pecado e cheio de Justiça e verdadeira santidade. Porque não há meio termo: se supusermos que uma pessoa Inteligente não ame a Deus, não seja justa e santa, necessariamente havemos de supor que essa pessoa não seja boa de modo nenhum, e ainda menos “muito boa”.
2. Mas, embora tivesse sido o homem feito à imagem de Deus, ele não foi feito, todavia, imutável. Isto teria sido inconsistente com o estado de prova em que foi do agrado de Deus colocá-la, Foi criado com capacidade de permanecer de pé, e, no entanto, também sujeito a cair. E isto o próprio Deus lhe deu a conhecer e fez-lhe a tal propósito uma solene advertência. Não obstante, o homem não permaneceu em glória; caiu de sua alta condição. Ele “comeu da árvore a respeito da qual o Senhor lhe havia recomendado, dizendo: tu não comerás dela”. Por esse ato voluntário de desobediência a seu Criador, por essa franca rebelião contra seu Soberano, o homem abertamente declarou que não mais queria que Deus o governasse; que desejava ser governado pela sua própria vontade, ê não pela vontade daquele que o criara; e que não pretendia buscar sua felicidade em Deus, mas no mundo, nas obras de suas mãos. Ora, Deus lhe havia dito antes: “No dia em que comeres” daquele fruto, “certamente morrerás”. E a
palavra do Senhor não pode falhar. Conseqüentemente, naquele dia ele morreu: morreu para Deus – a mais tremenda de todas as mortes. Perdeu a vida de Deus: foi separado de Deus – e sua vida espiritual consistia precisamente nessa união. O corpo morre quando se separa da alma; morre a alma quando se separa de Deus. Mas essa separação de Deus Adão a experimentou no dia, na hora em que comeu do fruto proibido. E disso deu, prova imediata, mostrando pela sua conduta que o amor de Deus estava extinto em sua alma, a qual se encontrava agora “afastada da vida de Deus”. Em troca, estava agora sob o temor servil, de modo que fugiu da presença do Senhor. Sim, tão pouco conservou do conhecimento daquele que enche o céu e a terra, que tentou “esconder-se do Senhor Deus em meio das árvores do jardim” (Gn 3.8): destarte havia ele perdida tanto o conhecimento como o amor de Deus, sem os quais a imagem de Deus não podia subsistir. Desta, portanto, foi ele privado ao mesmo tempo e tornou-se ímpio e infeliz. Em lugar da imagem de Deus, revestiu-se de orgulho e obstinação, verdadeira imagem do diabo; e de apetites e desejos sensuais, à semelhança dos brutos que perecem.
3. Se se disser: Mas aquela advertência – No dia em que comeres dela, certamente morrerás, refere-se à morte  temporal, e somente a esta, isto é, à morte do corpo” – responder-se-á de pronto: Afirmar isto é franca e palpavelmente tratar a Deus como mentiroso; asseverar que o Deus da verdade positivamente afirmava uma coisa contrária à verdade. Porque é evidente que Adão não morreu naquele sentido, “no dia em que comeu dela”. Adão viveu, no sentido oposto a essa morte, por mais de novecentos anos. Assim, a expressão não pode ser entendida como morte corporal,. sem ofensa à veracidade de Deus. Deve, por tanto, ser entendida como morte espiritual, como a perda da vida e da imagem de Deus.
4. E em Adão todos morreram, toda a espécie humana, todos os filhos dos homens que então estavam nos lombos de Adão. A conseqüência natural disso é que todo descendente seu vem ao mundo espiritualmente morto, morto para Deus, totalmente morto – em pecados; inteiramente vazio da vida de Deus; destituído da imagem de Deus, de toda aquela justiça e santidade com que Adão fora criado. Em lugar disto, todo homem nascido no mundo traz agora a imagem do diabo, no orgulho e na obstinação; a imagem do animal, em apetites e desejos sensuais. Este é, pois, o fundamento do novo nascimento – a completa corrupção de nossa natureza. Daí é quê resulta que, sendo nascidos em pecado, precisamos “nascer de novo”. Daí a necessidade de nascer do Espírito de Deus todo aquele que tenha nascido de mulher.

II

1. Mas, como pode o homem nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento? Esta é a segunda questão – e questão da mais alta relevância que se possa imaginar. Não devemos, portanto, em tão
momentoso assunto, contentarmo-nos com um exame superficial; mas devemos examiná-la com todo o cuidado possível e ponderá-lo em nossos corações, até que plenamente compreendamos este ponto importante e vejamos claramente como podemos nascer outra vez.
2. Não que devamos esperar por alguma explanação minuciosa, filosófica, acerca da maneira por que isso se faz. Nosso Senhor suficientemente nos previne contra semelhante expectativa, através das palavras que imediatamente se seguem ao texto por meio delas lembrando a Nicodemos quão indiscutível é o fato, como qualquer outro que se verifica na marcha da natureza, e que, não obstante sua simplicidade, o homem mais sábio que haja debaixo do sol não é capaz de explicar satisfatoriamente. “O vento sopra onde quer” – não pelo teu poder ou sabedoria, “e ouves sua voz” – estás absolutamente certo, acima de qualquer dúvida, de que ele sopra; “mas não podes dizer de onde vem, nem para onde vai” – o modo preciso por que ele começa e termina, ergue-se e acalma-se, nenhum homem pode dizê-lo. “Assim é todo que é nascido do Espírito”: podes estar tão absolutamente certo do fato, como do soprar do vento; mas o modo preciso por que isso se faz, como o Espírito Santo opera na alma, nem tu, nem o mais sábio dos filhos dos homens, será capaz de explicar.
3. Entretanto, basta a todo propósito racional e cristão que, sem descer a inquéritos curiosos, críticos, possamos dar um esquema claro e bíblico da natureza do novo nascimento. Isto satisfará a todo homem razoável, que somente deseje a salvação de sua alma. A expressão “nascer outra vez” não foi usada pela primeira vez por nosso Senhor em sua conversa com Nicodemos: era bem conhecida antes daquele tempo, e estava em uso comum entre os judeus ao tempo em que nosso Senhor apareceu em meio deles. Quando um pagão adulto se convencia de que a religião dos judeus era do Senhor e desejava unir-se a ela, era costume primeiro batizá-lo, antes que fosseadmitido à circuncisão. E quando era batizado dizia-se ter nascido outra vez oque queria dizer que, o que dantes era filho do diabo, era agora adotado na família de Deus e contado como um de seus filhos. Essa expressão, pois, que Nicodemos, sendo “mestre em Israel”, devia ter bem compreendido, nosso Senhor emprega em conversa com ele; somente a emprega num sentido mais forte do que estava acostumado a ouvi-la. E esta podia ser a razão da pergunta: “Como pode ser isto?” O fato não se pode verificar literalmente: o homem não pode “entrar outra vez no ventre de sua mãe e nascer”; mas o fato pode verificar-se espiritualmente: o homem pode nascer de cima, nascer de
Deus, nascer do Espírito, o que tem analogia muito próxima com o nascimento natural.
4. Antes de a criancinha nascer neste mundo, ela tem olhos, mas não vê; tem ouvidos, mas não ouve. Faz uso muito imperfeito de qualquer outro sentido. Não tem conhecimento de qualquer coisa do mundo nem tem qualquer  entendimento natural. A forma de existência que ela tem então riem podemos dar o nome de vida. Somente depois de nascido é que podemos dizer que o homem começa a viver. Porque, tão logo nasce, começa a ver a luz e os objetos com que esteja em contacto. Então se lhe abrem os ouvidos e ouve os sons que sucessivamente batem sobre eles. Ao mesmo tempo todos os outros órgãos dos sentidos começam a exercitar-se no campo apropriada a cada um. Ele próprio respira e vive de maneira totalmente diversa da vida que tivera até então. Como o paralelo exatamente se verifica em todos esses exemplos! Enquanto o homem se encontra no estado meramente natural, antes que seja nascido de Deus, possui, em sentido espiritual, olhos, e não vê; um espesso véu impenetrável estásobre eles. Possui ouvidos, mas, não ouve; é profundamente surdo a tudo que mais lhe interessa ouvir. Seus demais sentidos espirituais estão anulados e é o mesmo que se os não tivesse. Daí não ter conhecimento de Deus, nenhum contacto com Ele: o homem natural não se relaciona com Deus de modo nenhum. Não tem verdadeiro conhecimento das coisas de Deus, nem das coisas espirituais ou eternas; por isso, embora seja um homem vivo, é um cristão morto. Logo, porém, que é nascido de Deus há uma total mudança em todos aqueles pormenores. Os “olhos de seu entendimento são abertos” (tal é a linguagem do grande apóstolo); e Aquele que no passado “mandou a luz resplandecer das trevas, brilhando em seu coração, ele vê a luz da glória de Deus”, seu glorioso amor, “na face de Jesus Cristo”. Seus ouvidos sendo abertos, é agora capaz de ouvir a voz interior de Deus, dizendo: “Tem bom ânimo; teus pecados são-te perdoados”; “vai e não peques mais”. Este é o sentido do que Deus fala em seu coração, embora, talvez, não naquelas mesmas palavras. Ele está pronto agora a ouvir seja o que for que seja do agrado “Daquele que ensina ao homem o conhecimento revelar-lhe de tempos em tempos. “Sente em seu coração”, para usar a lin-guagem de nossa igreja, “a poderosa operação do Espírito de Deus”, não num sentido grosseiro, carnal, como os homens do mundo estúpida e teimosamente deturpam a expressão, não obstante tenham sido repisadamente ensinados que queremos dizer, por aquelas palavras, nem mais nem menos do que isto: o homem sente, percebe interiormente, as graças que o Espírito de Deus opera em seu coração. Sente, é cônscio da“paz que excede a toda compreensão”. Muitas vezes experimenta uma alegria em Deus que é “indizível e cheia de glória”. Sente “o amor de Deus derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe é dado”; e todos os seus sentidos espirituais são então exercitados em discernir o bem e o mal de ordem espiritual. Pelo uso deles, o homem diariamente cresce no conhecimento de Deus, de Jesus Cristo, a quem Ele enviou, e de todas as coisas pertinentes a seu reino interior. E agora pode propriamente dizer que vive: despertado por Deus mediante o Espírito, ele vive para Deus mediante Jesus Cristo. Vive a vida que o mundo não conhece, uma “vida que está: escondida com Cristo em Deus”. Deus está constantemente bafejando, por assim dizer, a alma; e esta se acha respirando para Deus. A graça desce a seu coração e a oração e o louvor sobem ao céu: por este intercâmbio entre Deus e o homem, por esta comunhão com o Pai e o Filho, como por uma espécie de respiração espiritual, a vida de Deus se mantém na alma; e o filho de Deus cresce até chegar à “perfeita medida da estatura de Cristo”.
5. Daí manifestamente ressalta qual seja a natureza do novo nascimento. É aquela grande mudança que Deus opera na alma, quando Ele chama-a para a vida, quando Ele levanta-a da morte do pecado para a vida da justiça. É a mudança operado em toda a alma pelo poderoso Espírito de Deus, quando ela é “criada de novo em Cristo Jesus”, quando é “renovada segundo a imagem de Deus, em justiça e verdadeira santidade”; quando o amor do mundo se muda em amor de Deus, o orgulho em humildade, a impetuosidade em mansidão; o ódio, a inveja, a malícia num sincero, terno e desinteressado amor a toda, a humanidade. O novo nascimento é, numa palavra, aquela mudança pela qual a mente terrena, sensual e diabólica se transforma na “mente que havia em Cristo Jesus”. Esta é a natureza do novo nascimento: “assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

III

A quem tenha considerado essas coisas não é difícil perceber a necessidade do novo nascimento e responder à terceira pergunta. Para que fim é necessário nascer de novo? Mui facilmente se compreende que isto é necessário, primeiro, à santidade. Que é santidade, segundo os Oráculos de Deus? Não é uma religião meramente exterior, um amontoado de obrigações externas, qualquer que seja o número delas e qualquer que seja a exatidão com que sejam cumpridas. Não: a santidade evangélica não é menos do que a imagem de Deus impressa sobre o coração; não é outra coisa senão toda a mente que havia em Cristo Jesus; consta de todos os afetos e disposições celestiais fundidos num só. Implica num tal amor, contínuo e agradecido, Aquele que não nos ocultou seu Filho, seu Único Filho, de modo a tornar natural, de maneira imperativa, o amor a todos os filhos dos homens, à medida que nos enche “de coração misericordioso, ternura, doçura e longanimidade”. É um tal amor de Deus que nos ensina a sermos inculpáveis em toda maneira de conversação; que nos habilita a apresentarmos nossas almas e corpos, tudo que somos e tudo quanto temos, todos os nossos pensamentos, palavras e ações, como um contínuo sacrifício a Deus, aceitável através de Cristo Jesus. Ora, esta santidade não pode existir enquanto não formos renovados na imagem de nossa mente. Não pode começar na alma enquanto não for operada aquela mudança; até que, revestidos do poder do Altíssimo, formos tirados “das trevas para a luz, do poder de Satanás para o poder de Deus”, isto é, até que tenhamos nascido de novo; o que é, portanto, absolutamente necessário à santidade.
2. Mas, “sem santidade ninguém verá ao Senhor”, ninguém verá a face de Deus em glória. Em conseqüência, o novo nascimento é absolutamente necessário à eterna salvação. Os homens podem na verdade lisonjear-se (tão desesperadamente mau e tão enganoso é o coração do homem!) na esperança de que possam viver em seus pecados, até chegarem ao último suspiro, e ainda depois viverem com Deus; e milhares realmente crêem que encontraram uma estrada larga que não leva à perdição. “Que perigo”, dizem eles, “pode correr a mulher, com aquele que é tão sem maldade e tão virtuoso? Que perigo há que homem tão honesto, de tão rigorosa moral, possa perder o céu; especialmente se, sobre e acima de tudo isso, freqüenta a igreja e os sacramentos?” Um desses perguntará com toda a segurança: “Quê! não faço tanto bem como meu próximo?” Sim, tanto bem como teu próximo ímpio; tanto bem como teu próximo que morre em seus pecados! Na verdade, descereis todos ao abismo, ao mais profundo inferno! Todos vos reunireis no lago de fogo; no “lago de fogo que arde com enxofre”. Então, afinal, vereis (conceda-vos Deus que possais vê-la antes!) a falta que faz à glória a santidade, e, conseqüentemente, a falta do novo nascimento, uma vez que ninguém pode ser santo, a não ser que seja nascido de novo.
3. Pela mesma razão, ninguém pode ser feliz, mesmo neste mundo, se não nascer de novo. Porque não é possível, pela própria natureza das coisas, que seja feliz o homem que não é santo. Mesmo o pobre, ímpio poeta, podia dizer-nos: Nemo malus felix: “Nenhum mau é feliz.” A razão é clara: todas as inclinações ímpias são inclinações desagradáveis: não só, a malícia, o ódio, a inveja, o ciúme, a vingança, criam um inferno presente na consciência, mas ainda as paixões mais brandas, se não forem mantidas dentro dos devidos limites, darão mil, vezes mais dores do que prazeres. Mesmo a “esperança”, quando “adiada” (e quão freqüentemente deve isto acontecer!) – “torna o coração enfermo”; e todo desejo que não seja conforme à vontade de Deus, pode “traspassar-nos de muitas dores”. Todas aquelas fontes gerais de pecado – o orgulho, a obstinação e a idolatria – são, à medida que predominam, fontes gerais de miséria. Portanto, enquanto elas reinarem na alma, nesta não terá lugar a felicidade. Mas esses males devem dominar, até que as tendências de nossa natureza sejam mudadas, isto é, até que tenham nascido de
novo; conseqüentemente, o novo nascimento é absolutamente necessário não só à felicidade neste mundo, como à felicidade no mundo vindouro.

IV

Propus-me aduzir, em último lugar, umas poucas inferências, que naturalmente decorrem das precedentes
observações.
1. E, primeiro, observe-se que o batismo não é o novo nascimento: eles não são uma e a mesma coisa. Muitos, em verdade, parece imaginarem que são justamente a mesma coisa; pelo menos falam como se pensassem assim; mas não me consta que essa opinião seja abertamente sustentada por qualquer denominação cristã. Certamente que não o é por nenhuma dentro destes reinos, seja da igreja estabelecida ou dos dissidentes desta. A opinião dos últimos vem claramente exposta em seu Catecismo Maior : “P. Quais são as partes de um sacramento? R. As partes de um sacramento são duas: uma consiste no sinal externo e sensível; a outra na graça interior e espiritual, por aquele sinal simbolizada. – P. Que é o batismo? R. O batismo é um sacramento, no qual Cristo ordenou a lavagem com água como sinal e selo da regeneração por seu Espírito.” Ai é manifesto que o batismo, osinal, é mencionado como ato distinto da regeneração, que é a coisa significada. No catecismo de nossa igreja se declara, igualmente, a opinião desta com a maior clareza: “P. Que queres dizer pela palavra sacramento? R. Quero dizer um sinal exterior e visível de uma graça interior e espiritual. – P. Qual é a parte exterior ou;” forma no batismo? R. A água, com a qual a pessoa é batizada em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. – P. Qual é a parte interior, ou a coisa significada? R. A morte ao pecado e o novo nascimento para a justiça.” Nada, portanto, é mais claro do que, segundo a igreja da Inglaterra, não ser o batismo o novo nascimento.
Mas, na realidade, a razão do que se afirma é tão clara e evidente, que não necessita do abono de nenhuma outra autoridade. Porque, que pode haver de mais óbvio, do que ser um a obra exterior e outro a obra interna; que um é visível e o outro invisível e, portanto, inteiramente diferentes entre si? – um sendo ato do homem, purificando o corpo; o outro uma mu-dança operada por Deus na alma, de modo que a primeira é tão distinguível da segunda como a alma do corpo ou a água do Espírito Santo.
2. Das reflexões precedentes podemos, em segundo lugar, observar que o novo nascimento não é o mesmo que o batismo, de modo que nem sempre acompanha o batismo: eles não vão necessariamente juntos. Um homem pode possivelmente ser “nascido da água” e contudo não ser “nascido do Espírito”. Pode haver algumas vezes o sinal exterior onde não exista a graça interior. Não falo agora acerca das crianças: é certo que nossa igreja supõe que todos os que são batizados na infância são ao mesmo tempo nascidos de novo: e admite-se que o ritual do batismo de crianças procede daquela suposição. Nem constitui objeção de peso o fato de não podermos compreender como se opera essa obra nas crianças, porque nem podemos compreender como se opera tal obra numa pessoa de idademais madura. Mas, qualquer que seja o caso em referência às crianças, é certo que todos os que são batizados em idade adulta não são ao mesmo tempo nascidos de novo. “A árvore é conhecida por seus frutos.” E destes resulta
demasiadamente claro para ser negado que vários dos que eram filhos do diabo antes que fossem batizados, continuaram na mesma condição depois do batismo; “porque fazem as obras de seu pai”: continuam como servos do pecado, sem qualquer pretensão à santidade, seja interior ou exterior.
3. Uma terceira inferência que podemos tirar do que já se observou, é que o novo nascimento não é a mesma coisa que a santificação. Isto é na verdade, tido como certo por muitos; principalmente por um eminente escritor, em seu recente tratado sobre “A Natureza e os Fundamentos da Regeneração Cristã”. Pondo de parte várias outras objeções de peso que se poderiam fazer àquele tratado, esta é palpável: O tratado, através de todas as suas páginas, fala .da regeneração como de uma obra progressiva, realizada na alma a passos vagarosos, a partir da época em que primeiro nos voltamos para Deus. Isto é inegavelmente verdadeiro quanto à santificação, mas não é verdade quanto à regeneração, ao novo nascimento. Esta é uma parte da santificação, não toda ela; é uma porta para ela, uma entrada para ela. Quando nascemos de novo, então nossa santificação, nossa santidade interior e exterior, começa; e daí por diante gradualmente “crescemos naquele que é nosso Cabeça”, Esta expressão do apóstolo admiravelmente ilustra a diferença que há entre uma e outra, e ainda aponta a exata analogia existente entre as coisas naturais eas coisas espirituais. A criança nasce num momento, ou pelo menos em muito curto espaço de tempo: ela depois gradual e vagarosamente cresce, até atingir à estatura de um homem. De modo semelhante um filho nasce de Deus num curto tempo, senão num momento. Mas é por degraus vagarosos que ele depois cresce à medida da perfeita estatura de Cristo. A mesma relação, portanto, que há entre nosso nascimento natural e nosso crescimento, há também entre nosso novo nascimento e nossa santificação.
4. Mais um ponto podemos aprender das observações precedentes, mas é um ponto de tão grande importância, que torna perdoável sua mais cuidadosa e mais extensa consideração. Que deve alguém que ama as almas e sente-se compungido ante o fato de que pereça alguma delas, dizer a quem ele veja quebrando o domingo, ou em embriaguez, ou em qualquer outro pecado voluntário? Que pode ele quiser, se as precedentes observações forem verdadeiras, senão isto: “Deves nascer de novo”? “Não” – diz o homem zeloso – “isto não pode ser; como podes falar assim, descaridosamente, ao homem? Não já foi ele batizado? Não pode agora nascer outra vez!” Não pode ele, nascer outra vez? Afirmas isto? Então ele não pode ser salvo. Embora seja tão velho quanto o era Nicodemos, “se não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Portanto, dizendo tu: “Ele não pode nascer de novo”, tu de fato o entregas à perdição. E onde agora está a falta de caridade? De meu lado ou do teu? Eu digo: ele precisa nascer outra vez e tornar-se deste modo herdeiro da salvação. Tu dizes: “Ele não pode nascer de novo”: e, se assim for, deve inevitavelmente perecer! Assim obstruis inteiramente seu caminho rumo à salvação, e o envias ao inferno
por simples caridade! Mas talvez o próprio pecador, a quem, por verdadeira caridade, dizemos: “Tens necessidade de nascer de novo”, tenha sido industriado a replicar: “Desafio vossa nova doutrina; não pre-ciso nascer de novo: nasci outra vez quando fui batizado. Pretenderíeis então negar meu batismo?” Respondo, primeiro, que nada há debaixo do céu que possa desculpar a mentira; se assim não fosse: eu diria a um tão ostensivo pecador: “Se foste batizado, não o proclames. Porque, quão profundamente isto te agrava a culpa! Como te aumentará a condenação! Foste dedicado a Deus ao oitavo dia de vida, e passaste todos esses anos a dedicar-te ao diabo? Foste, antes mesmo que tivesses uso da razão, consagrado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo – e desde que alcançaste o uso da razão fugiste
da face de Deus e te consagraste a Satanás? A abominação da desolação – o amor do mundo, o orgulho, a ira, a cobiça, os desejos insensatos e todo o cortejo de afeições vis – não está onde não deveria estar? Entronizaste todas essas coisas malditas naquela alma que uma vez foi templo do Espírito Santo, separada para ser “habitação de Deus através do Espírito Santo”; sim, dada solenemente a Ele? E ajuda te glorias nisto, no fato de teres uma vez pertencido a Deus? Oh! Envergonha-te! Cora-te! Esconde-te no centro da terra! Nunca mais te gabes daquilo que devia encher-te de confusão, que devia envergonhar-te diante de Deus e diante dos homens!” Respondo, em segundo lugar: Tu já negaste teu batismo, e isto da maneira mais completa. Negaste-o mil e mil vezes, e ainda o fazes dia após dia. Porque no ato de teu batismo renunciaste ao diabo e a todas as suas obras. Toda vez, pois, que outra vez dás lugar a ele, toda vez que praticas alguma obra .do diabo, estás negando teu batismo. Deste modo tu o negas através de cada pecado voluntário, de cada ato de impurezas, bebedice ou vingança; de cada palavra obscena ou profana; de cada juramento que saia de teus lábios. Toda vez que profanas o dia do Senhor, negas teu batismo; sim, tu o negas toda vez que fazes a outrem aquilo que não quererias que te fizessem. Respondo, em terceiro lugar:
sejas batizado Ou não, “precisas nascer de novo”; de outro modo não é possível que sejas interiormente santo, e sem santidade interna e externa não podes ser feliz, nem neste mundo e menos ainda no mundo vindouro. Dizes: . “Pois não; mas eu não faço mal a ninguém; sou honesto e justo em todo: os meus atos: não praguejo e não tomo o nome do Senhor em vão; não calunio a meu próximo nem vivo em qualquer pecado voluntário!” Se assim é, mui para desejar é que todos os homens cheguem até onde chegaste. Mas deves ir ainda mais longe, ou não serás salvo: ainda “te é necessário nascer de novo”. Acrescentas: “Vou ainda mais longe: porque não somente não faço mal, mas faço todo bem que posso”. Duvido disso: temo que tenhas tido um milhar de oportunidades de fazer o bem e tenhas passado por elas sem as aproveitar, sendo, por esta causa, responsável diante de Deus. Mas, se tens aproveitado todas elas, se realmente tens feito todo o bem que terias possibilidade de fazer a todos os homens, ainda isto de modo algum altera o caso: ainda “te é necessário nascer de novo”. Sem isto coisa alguma fará qualquer benefício à tua pobre alma poluída e pecaminosa. “Não, mas eu constantemente cumpro as ordenanças de Deus: apego-me à minha igreja e ao sacramento.” Boa coisa fazes, mas tudo isso não te livrará do inferno, a não ser que sejas nascido de novo. Ir à igreja duas vezes por dia; ir à mesa do Senhor todas as semanas; fazer sempre
muita oração em particular; ouvir sempre sermões muitobons; ler muitoslivros devotos... ainda “te é necessário nascer de novo”. Nenhuma daquelas coisas substituirá o novo nascimento; não, coisa alguma há debaixo do céu. Seja, pois, esta tua contínua oração, se já não experimentaste aquela graça interior de Deus: “Senhor, adiciona esta a todas as tuas bênçãos: permite-me nascer de novo! Nega-me tudo quanto for de teu agrado negar-me, mas não me negues isto: permite-me ser nascido de cima! Retira-me o que quer que te pareça bem retirar-me – reputação, fortuna, amigos, saúde – e dá-me somente isto: ser nascido do Espírito, ser contado entre os filhos de Deus! Permite-me nascer, não de semente corruptível, mas incorruptível, pela palavra de Deus, que vive e permanece para sempre; e então deixa-me diariamente crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!”
 John Wesley

terça-feira, 5 de abril de 2011

AS SETE LEIS DO ENSINO



AS SETE LEIS DO ENSINO


Ao longo desta sessão vamos estudar algumas regras que se forem postas em
prática  certamente  ajudarão  a melhorar  o  nosso  ensino  e  com  a  ajuda  de Deus poderemos ver também resultados nas vidas dos nossos alunos.

1. Lei Do Professor

Definição: O professor precisa conhecer aquilo que vai ensinar.

-  O saber, o conhecimento ocupa o centro da Lei do Professor, é com este material  que  nós  professores  precisamos  de  trabalhar.  Temos  primeiro compreender para que depois possamos transmitir.
-  “Conhecimento  imperfeito  reflete-se  em  ensino  imperfeito”.  Precisamos dominar a matéria, estar familiarizados com ela para que depois possamos transmiti-la aos nossos alunos.
-  Alguém  um dia  afirmou:  “O mestre que  não  sabe  é  como  um  cego  que
guia outro cego.”
-  O professor precisa conhecer bem a matéria e assim estará à vontade na apresentação  dela,  ajudando  assim  o  aluno  a  confiar  no  professor  e  a crescer no desejo de saber mais.

As Regras do Professor:

1.  Preparar cada  lição com  tempo e estudo  renovado.    (O que aprendeu há
um ano já não serve).
2.  Partir do conhecido para o desconhecido.
3.  Usar uma linguagem simples que os alunos entendam.
4.  Relacionar a matéria com a vida dos alunos.
5.  Usar todos os meios legítimos para a boa compreensão da matéria.
6.  Fazer uma avaliação da matéria. (Filtrar o que é importante).
7.  Buscar informação em bons livros.

Erros a Evitar:

1.  Ser  tentado  a  não  se  preparar  cuidadosamente,  quando  sabe  que  os
alunos estão ignorantes nesse campo.
2.  Pensar que cabe ao aluno e não a si estudar a lição. 
3.  Na hora da aula  “falar só palha”- O alvo é esquecido.  (Se alguma vez ele existiu…)
4.  Ocultar a sua má preparação através de uma linguagem eloquente.

Conclusão:  Se  esta  primeira  lei  fundamental  do  ensino,  for  obedecida,  e
praticada, então a nossa Escola Dominical crescerá em número e utilidade.

2. A Lei Do Aluno

Há características que diferenciam o aluno das outras pessoas, os elementos essenciais que fazem dele o aluno.

Atenção e interesse caracterizam o estado mental do verdadeiro aluno, e constituem a base essencial sobre a qual descansa o processo da aprendizagem.
Definição: O aluno deve dedicar-se com interesse à matéria a ser aprendida. Isto requer do aluno atenção

1.  Descrição de Atenção:

     Atenção significa a direcção ou a concentração da mente num objecto. O objecto pode ser externo ou mental.

     Objecto externo é aquilo que pode ser observado pelos nossos cinco sentidos. Ex: Um filme, observar o funcionamento de um carro, uma peça musical.

    Objecto Mental está ligado à mente. É por ex: Quando alguém relembra uma experiência passada, ou quando se medita no significado de uma ideia. 

Filosofia da Lei:


1.  Sem atenção o aluno não pode aprender.
2.  Não podemos passar, duma mente para a outra, o conhecimento como se fosse uma substância material.
3.  O aluno precisa de ter interesse no que se está a passar. O interesse aumenta a atenção.

Empecilhos à atenção

1.  Apatia 2.  Distracção

Regras Para Os Professores

1.  Nunca comece a dar a lição sem ter captado a atenção da classe
2.  Desperte e mantenha o mais vivo interesse sobre o assunto
3.  Adapte a duração da lição à idade dos alunos
4.  Tome cuidado com as fontes de distracção
5.  Prepare antecedentemente perguntas que provoquem o pensamento
6.  Torne a apresentação da lição o mais atractivo possível
7.  Procure ilustrações que estejam de acordo com o gosto dos alunos

Dois Grandes Erros:

1.  Começar a falar antes de ter captado a atenção dos alunos e continuar depois de a ter perdido.
2.  Não fazer nenhum esforço para descobrir os gostos dos alunos, nem para criar neles vivo interesse pelo assunto.

Conclusão: O professor que não quer desobedecer a esta lei, deve aprender a arte de chamar e captar a atenção e provocar interesse no aluno.

3.  A Lei da Linguagem

Definição: A linguagem usada no ensino deve ser comum ao professor e aluno.

Regras Para Os Professores:

1.  Expressar-se quanto possível na linguagem do aluno.
2.  Se o aluno não entende, repita o pensamento, com outras palavras, e com
simplicidade.
3.  Ajude o significado das palavras com ilustrações.
4.  Teste frequentemente o entendimento dos alunos.

Alguns Enganos:

1.  O olhar aparentemente interessado do aluno muitas vezes engana o mestre.
2.  Muitas vezes os alunos apenas estão olhando os olhos, lábios ou dizem ter
entendido para agradar o professor.

4. A Lei Da Lição

Definição: A verdade a ser ensinada deve ser aprendida através de alguma
verdade já conhecida.

A Filosofia Da Lei:

1.  A preocupação deve ser começar o ensino num ponto da lição que já seja conhecido, pelo menos familiar.
2.  Todo o ensino deve avançar numa direcção. Esta direcção deve ser para a aquisição de algo novo. Ensinar de novo o que os alunos já sabem é matar o poder da atenção deles, caindo numa rotina.
3.  É necessário que o professor saiba o grau de conhecimento dos alunos para poder ter um ponto de partida.

Regras Para Os Professores:

1.  Descobrir o que os alunos sabem do assunto que se lhes vai ensinar.
2.  Tirar o melhor partido possível do conhecimento e experiência dos alunos.
3.  Relacionar, tanto quanto possível, cada lição com as anteriores.
4.  Começar com ideias ou factos que sejam familiares ao aluno.
5.  Manter o nível da lição em relação à idade do aluno.

Alguns Erros:

1.  Professores mandam os alunos estudar lições novas quando estes ainda estão mal preparados.
2.  Não se preocupar com as bases que os alunos têm.
3.  Não dar ligação às lições.
4.  Avançar para outro ponto sem os alunos terem compreendido o ponto que foi dado.


Conclusão: Partindo do conhecido para o desconhecido o professor tem mais probalidades de ser compreendido pelos alunos e despertar neles o interesse necessário  para  que  possa  haver  atenção  e,  consequentemente,  mais aprendizagem.

5. A Lei Do Processo Do Ensino

Definição:  Fazer  do  aluno  um  descobridor  da  verdade,  deixando  que  ele a encontre por si.

Filosofia Da Lei:

1.  Podemos aprender  sem professor. Ex: Pais, estudos  individuais,   a escola
da vida, etc
2.  O verdadeiro ensino estimula os alunos a ganhar conhecimento.
3.  O professor é um guia.

Regras Para os Professores:

1.  Ter em mente o alvo: despertar as mentes dos alunos.
2.  Estimular o interesse.

Alguns Erros:

1.  Dar lições apenas preleccionando.
2.  O professor exigir pronta e rápida recitação nas mesmas palavras.
3.  Não dar tempo aos alunos para pensarem quando é feita uma pergunta.


6. A Lei da Aprendizagem

Definição: O  aluno  deve  reproduzir  em  sua  própria mente  a  verdade  a  ser aprendida.

Etapas da Aprendizagem:

1.  Decorar apenas.
2.  Decorar e compreender também.
3.  Traduzir o ensino por palavras suas.
4.  Procurar provas das afirmações que estuda.
5.  Encontrar a parte prática da matéria.

Regras Práticas Para Professores e Alunos:

1.  Ajudar o aluno a ter uma ideia clara do trabalho a ser feito.
2.  Fazer o aluno expressar por palavras suas o assunto da lição.
3.  Fazer perguntas para atingir o objectivo. 
4.  Testar o conhecimento dos alunos.

Erros a Evitar:

1.  Deixar o aluno confuso e avançar sempre na matéria.
2.  Dar mais valor às palavras do que ao seu significado.
3.  Negligenciar as aplicações

Conclusão: Sem aprendizagem não há ensino eficiente!

7. Lei da Revisão e da aplicação

Definição:  O  acabamento,  a  prova  e  a  confirmação  do  ensino,  devem processar-se através da recapitulação e aplicação.

Principais alvos da recapitulação:

1.  Aperfeiçoar o conhecimento.
2.  Confirmar o conhecimento.
3.  Aplicar o conhecimento.

Regras Para o Professor:

1.  Separar tempo para a recapitulação.
2.  No final da lição, recordar o que se falou.
3.  Procurar o máximo de aplicações.
4.  Animar e encorajar os alunos a perguntar sobre a matéria anterior.

Erros a Evitar:

1.  Esquecer a importância da recapitulação.
2.  Guardar a revisão só para o fim dum período longo.

Conclusão: A lei da recapitulação quer e requer a presença de renovada visão,
e novo uso de material já aprendido.

COMO O ALUNO APRENDE

O que é ensinar?
 
Ensinar não é só narrar factos.

-  Ajudar a aprender
-  Levar a pessoa a um conhecimento teórico e prático
-  Comunicar algo de uma forma que o aprendiz entenda
-  Despertar a mente do aluno para captar e reter o que é transmitido.

Definição do ensino cristão:

A transmissão por um professor cristão, de verdades cristãs, baseadas na Bíblia, para que a vida do aluno seja transformada.

O professor tem de ter em mente o seguinte:
-  As necessidades do aluno. O que ele precisa saber, sentir e fazer para ter êxito na aprendizagem.
-  O estilo de aprendizagem. As preferências e tendências do aluno que influenciam a aprendizagem. 

2 tipos de alunos

O ALUNO INDEPENDENTE:
Analítico (resolve problemas) 
Gosta de partir das partes para o assunto em geral. 
Menos rápido para chegar a uma conclusão. 
Gosta de pesquisar sozinho. 
Prefere o estudo individual.  
É estimulado internamente para aprender. 

O DEPENDENTE:
Mais Global;
Parte do assunto em geral e depois analisa as partes
Chega mais rapidamente a conclusões.
Menos confortável com a aprendizagem auto-dirigida.
Gosta de trabalhos ou actividades em grupo.
Precisa de estímulos externos.

Estilos de percepção:

1.  Lendo
2.  Ouvindo
3.  Interagindo
4.  Vendo 

5.  Tocando
6.  Mexendo
7.  Sentindo o cheiro \ Sabor 

Muitas das nossas experiências vêm através dos sentidos:
Vista- 83%
Audição 11%
Olfacto- 3,5 %
Tacto- 1,5%
Gosto- 1%

A aprendizagem é mais objectiva quando um aluno usa mais de um sentido ao mesmo tempo:

Experiência          Depois de 3 horas       Depois de 3 dias
Se ouviu                 Retêm 70 %                 Retêm 10%
Se viu                    Retêm 72%                  Retêm 20%
Se ouviu e viu         Retêm 85%                  Retêm 65%

Tendo isto em mente o professor deve:

1.  Encorajar o aluno a  compreender-se a  si mesmo. Entender qual o  seu estilo de aprendizagem, como prefere aprender.
2.  Usar uma variedade de métodos. Temos alunos diferentes.
3.  Criar  um  ambiente  em  que  há  colaboração.  Incentivar  a  participação sem perder o controle do tema que está a ser apresentado.

O ALVO DO ENSINO

Porque devemos ter alvos para o ensino?

O  alvo  cria  a ponte  entre  a  aprendizagem do  aluno  e o  que  é  ensinado na aula.

O que é um alvo?

1.  Um alvo indica em termos gerais o que o aluno deve aprender.
2.  Um alvo explica o que deve acontecer no aluno.
3.  Um alvo indica que mudança deve acontecer na vida do aluno.
 Deve ter em mente o que quero que os meus alunos:
-  Saibam
-  Sintam
-  Façam

Conselho:  É  melhor  ter  um  alvo  apenas  e  se  for  preciso  ensiná-lo  de dez maneiras diferentes do que tentar estabelecer 3 ou 4 alvos ao mesmo tempo.
É impraticável ensinar muitas verdades numa mesma lição.

 Como Determinar o alvo da lição?

-  Orando
-  Estudando o texto bíblico a ser ensinado
-  Determinando as necessidades dos alunos

ATINGINDO O ALVO

Como  posso  saber  se  o meu  alvo  foi  atingido?  Podemos  saber  atavés  das reacções dos nossos alunos.

Níveis de Atitudes e Valores

1.  Recebendo.  O  aluno  reconhece  a  ideia  transmitida.  Apreende  o  que  é transmitido.
2.  Respondendo. O  aluno  está  interessado  no  assunto.  Faz  perguntas  tira dúvidas.
3.  Avaliando. O aluno reconhce o valor do que foi ensinado e compromete-se com a ideia transmitida.
4.  Organização. O aluno sistematiza os seus valores.
5.  Caracterização.  O  estilo  de  vida  do  aluno  reflecte  o  ensino  que  foi transmitido.

 
COLABORANDO COM O ESPÍRITO SANTO EM TRANSFORMAR O ALUNO

 Alguém disse as seguintes palavras: “A educação cristã é sem igual por causa do  seu  tema- A Bíblia, por causa do seu alvo- A  transformação espiritual de vidas, e por causa da sua dinâmica espiritual- a obra do Espírito Santo.”

Porque é que o Espírito Santo é necessário no ensino?

1-  O  Espírito  Santo  é  necessário  porque  o  professor  cristão  precisa  de capacitação  divina.    “Uma  tarefa  espiritual,  envolvendo  verdades espirituais para satisfazer necessidades espirituais requer poder espiritual. 
I Coríntios  3:6.  Procurar  servir  a  Deus  na  sua  própria  força,  sem  a dependência  do  Espírito  Santo  não  tem  valor  algum  nem  alcançará resultados duradouros. 

2-  O  Espírito  Santo  torna  a Palavra  de Deus  eficaz  na  vida  dos  alunos. João  14:26;  16:13.  Somente  o  Espírito  Santo  pode  convencer  os  nossos
alunos a transformarem as suas vidas.

No ensino  cristão há uma  colaboração entre o professor  cristão e o Espírito Santo. Há uma parceria. Embora sabendo que é o Espírito que vai fazer a obra na  vida dos nossos alunos  isto não  invalida que o professor  não precisa de uma preparação adequada. Depender do Espírito Santo no ensino cristão não quer dizer que não preciso estar preparado.

-  Os  professores  tem  a  responsabilidade  de  comunicar  a  verdade;  o Espírito  Santo  procura  dar  direcção,  poder  e  discernimento  aos professores.

-  Os professores têm de depender do Espírito Santo para que Ele actue por meio deles e possa usá-los a alcançar os alunos com a verdade. O Espírito  Santo  trabalha  na  vida  dos  alunos  convencendo-os  da verdade.

-  Os  professores  devem  encorajar  os  alunos  a  entender  a  Palavra  de Deus.  O  Espírito  Santo  incentiva  os  alunos  a  apropriarem-se  da Palavra.

Nunca devemos tentar fazer a obra sozinhos, pois só quando o Espírito Santo está  presente  no  processo  do  ensino  é  que  alcançaremos  resultados duradouros

A EBD E A RESPONSABILIDADE DO PROFESSOR


O bom professor é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha em alcançá-la. Tem que ser como o apóstolo Paulo exortou: "...o que ensina, esmere-se no fazê-lo" (Rm 12.7). Paulo recomenda àquele que ensina a dedicação total desse ministério. Dedicação que resultará num progresso constante do professor, quer seja em relação à habilidade no ensino e crescimento espiritual de seus alunos; quer seja em relação a sua própria vida cristã.
O professor da escola dominical deve ser o primeiro a viver o que ensina. A classe nunca deve ser subestimada (muito menos a dos pequeninos). Ela saberá se o professor está sendo sincero no que diz. Como também saberá se o professor se preparou adequadamente para a aula. Fazer pesquisas de última hora e preparar a aula às pressas nunca dá certo. Quando o professor não se esforça para fazer o melhor, ele não apenas desrespeita seus alunos como peca contra Deus.
Além de viver o que ensina, o bom professor conhece seus alunos. Ele nunca deve acreditar que basta, por exemplo, pegar a revista e ensinar o que está ali, por melhor que seja o seu trabalho de pesquisa. O professor da escola dominical deve conhecer a sua classe, cada um de seus alunos. É importante que o professor conheça seus alunos, até mesmo para uma transmissão mais natural e eficaz de sua aula.
Quanto ao preparo e a exposição da aula propriamente dito, os editores dos Estudos Bíblicos Didaquê apresentam sugestões preciosas que ajudarão em muito os professores da escola dominical. Com ligeiras adaptações passo a transcrevê-las:
  • Utilizar sempre a Bíblia como referencial absoluto.
  • Elaborar pesquisas e anotações, buscando noutras fontes subsídios para a complementação das lições.
  • Planejar a ministração das aulas, relacionando-as entre si para que haja coerência e se evite a antecipação da matéria.
  • Evitar o distanciamento do assunto proposto na lição.
  • Dinamizar a aula sem monopolizar a palavra oferecendo respostas prontas.
  • Relacionar as mensagens ao cotidiano dos alunos, desafiando-os a praticar as verdades aprendidas.
  • No final da aula, despertar os alunos quanto ao próximo assunto a ser estudado, mostrando-lhes a possibilidade de aprenderem coisas novas e incentivando-os a estudar durante a semana.
  • Depender sempre da iluminação do Espírito Santo, orando, estudando e colocando-se diante de Deus como instrumento para a instrução de outros.
  • Verificar a transformação na vida dos alunos, a fim de avaliar o êxito de seu trabalho.
Duas coisas, pelo menos, têm levado muita gente a perder o interesse pela escola dominical hoje em dia, ou seja, a falta de criatividade do professor e dinâmica das aulas. Professor: Faça de sua aula algo interessante; seja criativo, gaste tempo nisso. Criatividade e dinamismo são, em boa parte, o segredo do sucesso do professor eficaz.
É necessário que o professor da escola dominical veja seu trabalho como o ministério que Deus lhe deu e que, por isso mesmo, precisa ser realizado da melhor maneira possível. "... o que ensina, esmere-se no fazê-lo" (Rm 12.7).

terça-feira, 29 de março de 2011

PROJETOS DA EBD 2011

Alvo Geral da EBD:
Proporcionar o conhecimento da palavra de Deus, formando cristãos capazes de testemunha Cristo, através da sua conduta e vencer as dificuldades diárias, vencendo o maligno.
Incentivar a leitura da bíblia
Incentivar a participação assídua na escola
Incentiva ser cristãos praticantes da palavra de Deus
Alvo específico da EBD:
Crescimento quantitativo (alunos) e qualitativo (professores)-
Formar uma cultura de interesse pelo aprendizado da palavra, sendo alunos assíduos, participantes e produtores de novos alunos, frutos.
Metodologia;
Para alcançar os alvos citados serão necessários;
1-Para o crescimento qualitativo dos professores:
1.1 - Curso para professores;
1.2 - Curso de Aperfeiçoamento;
Material didático;
Revista da EBD
Quadros Brancos;
Forma dinâmica e didática ao lecionar (planejamento de aula)- cada professor, deve procurar elaborará um planejamento de aula.
Para alcançar a quantificação dos alunos.
Professores fixos em cada turma
Proporcionar uma interação maior entre professor e aluno, através de telefonas e correspondências.
Aulas dinâmicas e participativas
Visitas aos alunos.
Metas para os professores;
Cada professor se responsabilizar em um período trimestral, para proporcionar o crescimento em sua turma. Visitar os alunos em suas residências, acompanhamento mais próximo dos alunos. Recompensar o aluno mais assíduo, mais participativo.
O professor também será recompensado pelo seu esforço e trabalho.
O objetivo geral:
Após um ano de implantação ter 50% a mais de alunos matriculados e assíduos na escola bíblica de 2011.


COORDENAÇÃO DA EBD DO TC 2011.

segunda-feira, 28 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER









AOS PROFESSORES

PARA OS PROFESSORES

(1ª reunião)
2 Tm 2.2. "o que aprendeste de mim... isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros"
Mt 9,35-38
"Percorria Jesus todas as cidades e aldeias nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e moléstia entre o povo. E vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não tem pastor. Então, disse aos discípulos: A seara é grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogai,pois, ao Senhor da Seara que mande ceifeiros para a sua seara."
ESTAS PALAVRAS DE JESUS INDICAM 4 VERDADES:
1. A necessidade Espiritual dos homens em toda as partes é muito grande;
2. As necessidades superam as possibilidades "os obreiros são poucos";
3. Os obreiros devem ser enviados por Deus;
4. Nossa responsabilidade é rogar ao Senhor que envie obreiros para a seara.
Ef 4.11.12.
Aqui Paulo apresenta a estratégia de Deus para edificar a igreja.
IGREJA COMO CORPO
CRISTO COMO CABEÇA
CADA FILHO, UM MEMBRO DO CORPO
OBJETIVO: EDIFICAÇÃO DO CORPO.
Tudo isso implica no crescimento da igreja em:
QUALIDADE - UNIDADE - QUANTIDADE (13-16).
Deus nos escolheu para edificarmos a Igreja dEle.(12 -16).
A FUNÇÃO DA CABEÇA:
Governar o corpo - a cada membro;
Da vida ao corpo - enchê-lo (Ef 1.2;3.1;4.1)
Dar crescimento ao corpo - Ef 4.15;
Dar dons, dotar de graça(habilidades) para o desempenho de suas funções. Ef 4.7,8.
Conceder uns para Apóstolos, profetas, evangelistas, Pastores e Mestres. Ef 4.11.
FUNÇÃO DO CORPO:
Cada membro tem uma função a desempenhar no corpo;
Cada membro recebe de Cristo a graça(capacidade) para desempenhar sua função.(v.7).
Cada membro, um ministro do Senhor(12).
Cada membro tem o ministério de trabalhar na edificação do corpo(12).
Cada membro deve ser aperfeiçoado, capacitado para cumprir seu ministério;
Cada membro deve está colocado no corpo em lugar definido, unido, comprometido e sujeito, para o desempenho de sua função(16);
Cada Membro deve atuar ou ser atuante no corpo de Cristo, para produzir crescimento e Edificação do corpo em amor.
A luz de tudo isso, concluímos que as funções principais dos Apóstolos,Profetas, Evangelista e Pastore e Mestres:
EDIFICAR - APERFEIÇOAR - FORMAR.
PREPARÁ-LOS - CAPACITÁ-LOS, TREINÁ-LOS E EQUIPÁ-LOS.
Tudo isso para a edificação do Corpo de Cristo. De modo que na estratégia de Deus a Igreja é um Seminário, e cada irmão um Seminarista.
E é nossa responsabilidade(4,11) de aperfeiçoar, capacitar e edificar os santos.
Tendo como exemplo o nosso Jesus, nos 4 evangelhos, podemos ver que ele concentrou seu ministério na FORMAÇÃO DE HOMENS e fez disso o primordial de seu ministério.
Outra coisa muito importante para nós como ministro do Senhor. Jesus não formou um Discípulo, mas doze. Ele nunca enviava sozinho e sim de dois em dois. E na obra de Deus, trabalhar em equipe tem um VALOR muito grande na tarefa de edificar a Igreja de Jesus.
Por isso Paulo disse: "o que aprendeste de mim, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros"
Ele quis dizer: DEDICA-TE A FORMAR OBREIROS, CRENTES FORTES E ALICERÇADOS NA PALAVRA.
Termino relatando algumas características de um obreiro(a) do senhor:
Humilde, manso, paciente, domínio próprio, amável, cheio de amor, misericordioso, bom, generoso, serviçal, compassivo, hospedeiro, respeitoso, diligente, trabalhador, responsável, fiel, corajoso, prudente, obediente, ordeiro, digno e exemplo etc.
Pr. Cléucio - Coordenador da EBD TC

QUEM SOMOS

Somos a Escola Bíblica Dominical do Templo Central da Assembléia de Deus, Campo da Cidade Nova em Ananindeua/Pará. Nosso pastor presidente o Pr. Nerias Pinheiro.
O nosso dirigente do Templo Central é o Pr. Roberto Lima.
Coordenador: Pr. Cléucio Teixeira e o Irmaõ Augusto.

Com o objetivo de fortalecer a Escola Dominical e estimular que maior número de pessoas participe da mais importante agência de educação cristã na igreja evangélica, no próximo domingo se comemora, no Brasil, o Dia Nacional da Escola Dominical.

COMEMORAREMOS NO 3° DOMINGO DE SETEMBRO É O DIA DA ESCOLA DOMINICAL

É a Escola Dominical o departamento mais importante da igreja, porque evangeliza enquanto ensina, cumprindo assim, de forma cabal, as duas principais demandas da Grande Comissão, que nos entregou o Senhor Jesus (Mt 28. 19-20).
A Escola Dominical é também um ministério interpessoal, cujo objetivo básico é alcançar, através da Palavra de Deus, as crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos, a família, a igreja e toda a comunidade.
Por conseguinte, é a Escola Dominical a única agência de educação popular de que dispõe a igreja, a fim de divulgar, de maneira devocional, sistemática e pedagógica, a Palavra de Deus.
“A Escola Dominical, devidamente funcionando, é o povo do Senhor, no dia do Senhor, estudando a Palavra do Senhor, na casa do Senhor”

OS OBJETIVOS DA ESCOLA DOMINICAL

Quatro são os objetivos primaciais da Escola Dominical: ganhar almas, educar o ser humano na Palavra de Deus, desenvolver o caráter cristão e treinar obreiros.
Ganhar almas. Ganhar almas significa convencer o pecador impenitente, através do Evangelho de Cristo, quando à premente necessidade de arrepender-se de seu pecados, e aceitar o Filho de Deus como o seu Único e Suficiente Salvador.
Evangelizar, ou ganhar almas, é o primordial objetivo da Escola Dominical. Pois antes de ser a principal agência educadora da Igreja, é a Escola Dominical uma agência evangelizadora e evangelística.
Evangelizadora: proclama o Evangelho de Cristo enquanto ensina.
Evangelística:
prepara obreiros para a sublime missão de ganhar almas. 

Dessa forma, cumpre a Escola Dominical a principal reinvidicação da Grande Comissão que nos deixou o Senhor Jesus (Mt 28. 18-20). A Escola Dominical que não evangeliza não é digna de ostentar tão significativo título.
Educar o ser humano na Palavra de Deus. Em linhas gerais, educar significa desenvolver a capacidade física, intelectual, moral e espiritual do ser humano, tendo em vista o seu pleno desenvolvimento.
No âmbito da Escola Dominical, educar implica em formar o caráter humano, consoante às demandas da Bíblia Sagrada, a fim de que ele (o ser humano) seja um perfeito reflexo dos atributos morais e comunicáveis do Criador.
As Sagradas Escrituras têm como um de seus mais sublimados objetivos justamente a educação do homem. Prestemos atenção a estas palavras de Paulo: “Toda Escritura é devidamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17).
“Um jovem educado na Escola Dominical raramente é levado às barras dos tribunais”.
Desenvolver o caráter cristão. Também é missão da Escola Dominical a formação de homens, mulheres e crianças piedosos. Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo é irreplicável: “Exercita-te a ti mesmo na piedade” (1 Tm 4.7).
A piedade não se adquire de forma instantânea. Advém-nos ela de exercícios e práticas espirituais que nos levam a alcançar a estatura de perfeitos varões.
“A conversão de uma alma é o milagre de um momento; a formação de um santo é a tarefa de uma vida inteira”.
Só nos resta afirmar ser a Escola Dominical uma oficina de santos. Ela ensina a estes como se adestrarem na piedade até que venham a ficar, em todas as coisas, semelhantes ao Senhor Jesus.
Treinar obreiros. Embora não seja um seminário, nem possua uma impressionante grade curricular, é a Escola Dominical uma eficientíssima oficina de obreiros. De suas classes é que saem os diáconos, os presbíteros, os evangelistas, os pastores, os missionários e teólogos.
Um cálculo muito modesto assinala que 75% dos membros de todas as denominações, 85% dos obreiros e 95% dos pastores e missionários foram, em algum tempo, alunos da Escola Dominical.
Os pais devem se preocupar a levar seus filhos na Escola Dominical. “Não mande seus filhos a Escola Dominical. Venha com eles”.

A FUNDAÇÃO DA ESCOLA DOMINICAL

A Escola Dominical nasceu da visão de um homem que, compadecido pelas crianças de sua cidade, quis dar-lhes um novo e promissor horizonte. Como ficar insensível ante a situação daqueles meninos e meninas que, sem rumo, perambulavam pelas ruas de Gloucester? Nesta cidade, localizada no Sul da Inglaterra, a delinqüência infantil era um problema que parecia insolúvel.
Aqueles menores roubavam, viciavam-se e eram viciados; achavam-se sempre envolvidos nos piores delitos.
É nesse momento tão difícil que o jornalista episcopal Roberto Raikes entra em ação. Tinha ele 44 anos quando saiu pelas ruas a convidar os pequenos transgressores a que se reunissem todos os domingos para aprender a Palavra de Deus. Juntamente com o ensino religioso, ministrava-lhes Raikes várias matérias seculares: matemática, história e a língua materna – o inglês.
Não demorou muito, e a escola de Raikes já era bem popular. Entretanto, a oposição não tardou a chegar. Muitos eram os que o acusavam de estar quebrantando o domingo. Onde já se viu comprometer o dia do Senhor com esses moleques? Será que o Sr. Raikes não sabe que o domingo existe para ser consagrado a Deus?
Robert Raikes sabia-o muito bem. Ele também sabia que Deus é adorado através de nosso trabalho amoroso e incondicional.
Embora haja começado a trabalhar em 1780, foi somente em 1783, após três anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar os resultados de sua obra pioneira.
No dia três de novembro de 1783, Raikes publica em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida daqueles meninos de Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como o dia da fundação da Escola Dominical. “Mal sabia Raikes que estava lançando os fundamentos de uma obra espiritual que atravessaria os séculos e abarcaria o globo, chegando até nós, a ponto de ter hoje dezenas de milhões de alunos e professores, sendo a maior e mais poderosa agência de ensino da Palavra de Deus que a Igreja dispõe”.

A FUNDAÇÃO DA ESCOLA DOMINICAL NO BRASIL

A Escola Dominical no Brasil teve como nascedouro a cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro. A data jamais será esquecida: 19 de agosto de 1885. Nesse dia, os missionários escoceses Robert e Sara Kalley dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças assistiram aquela aula. Mas foi o suficiente para que o seu trabalho florescesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país.